quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Primeira reclamação

Não escrevo bem e nem sou digna de um livro como o Prozac Nation, mas mesmo assim, vou tentar.
Acabei de fazer 23 anos, mas parei nos 19. Tenho uma imaginação limitada, daquelas que põe culpa até na pequena janela do blog - a qual escrevo nesse instante - pra culpar a minha privação intelectual. Culpo os homens, os quais só fuderam comigo. De corpo e alma. E culpo o maldito ensino superior, por me obrigar a escolher um curso: Administração, era chato; Jornalismo, sinônimo de desemprego. Fisioterapia? Nem quero dar aula de pilates, e muito menos fazer massagem. Vambora regredir então, e ir pro curso pré-vestibular, onde os pirralhos são prodígios e a vida promete, na sonhada cidade grande.
UMA. GRANDE. MENTIRA. No segundo ano (e contando...), ainda não passei. Mas passei a ter dor de cabeça, e uma aversão a minha vida, que parece, a cada dia pior. Solidão é bobagem, quando é praticamente impossível se fazer uma amizade, num lugar onde a grande maioria está reunida em panelinhas e arrogância coletiva. Pobre classe média: almejando melhores roupas, e melhores cursos pra parecerem melhores que os outros, e assim poder pisar ainda mais neles, como se a prepotência não estivesse ali. E infelizmente, eu sou um deles.
Ao fazer um ano de Fisioterapia, me deparei com uma matéria que me pareceu tão reconfortante, que me fez mudar completamente: a biologia. É, eu sou assim: gosto de algo e vou atrás, desesperada, como se a saída para tudo e o achado pra felicidade estivesse ali. 20 anos e contando...
Resolvo fazer Medicina. Então, no ano seguinte me mudo. Saio de uma cidade horrível, onde a fofoca e o atraso são levados a sério. Saio de um lugar onde ser estuprador é comum. Quem gosta de roça, levanta a mão.
Saí daquela merda com muitas esperanças. "Agora a minha vida vai mudar.", "Vou conhecer pessoas maravilhosas", dentre outros pensamentos, não saíam da minha cabeça. Mas aqui estou eu, de novo, achando tudo uma merda e com a vida estagnada.
23 anos, e contando...

Nenhum comentário:

Postar um comentário