domingo, 12 de dezembro de 2010

Ás vezes, a droga da raiva é tão grande, que parece que manda em você. Falta paciência até pra dormir. É horrível. E tudo isso só por um motivo: escolhas erradas. Tem que ser muito ingênuo pra mal conhecer as pessoas e já sair confiando, contando seus segredos. O pior é quando você se vê confiando em gente mais nova, com aquele jeitinho ridículo de nerd, sabe? Daqueles que gostam de mostrar que sabem tanto, que o nariz falta sangrar na tua frente, tamanha a boçalidade da criatura. Conhecimento demais, babaquice demais e relacionamentos, de menos. E é aí que as coisas pioram. A falta de sexo, torna eles ainda mais insuportáveis, agindo como o mundo fosse culpado de eles não terem ninguém. Que é um ABSURDO eles não terem desencalhado, que deve ter algo de errado, só pode.
E nessas horas, você, o raivoso, que fez amizade com esses seres por terem achado eles "interessantes", e com "bom gosto" no início, vê lentamente essa mascara cair, vendo eles se transformarem em imensos babacas que ficam reclamando de que a vida é injusta por serem encalhado, e ter de aturar essas malas. Afinal, eles conhecem tantas bandas, tantos livros, sabem tudo de moda, são tão descoladinhos, que é mesmo uma loucura estarem sozinhos. Não, não é. São apenas babacas mesmo. Simples. 
Mas o pior mesmo é se dar conta, de que a conversa é um monólogo: não se pode discordar deles, pois estão sempre corretissímos em tudo, são todos lindos, perfeitos, gênios.
De novo: não, não são. São babacas.

A culpa disso ter acontecido é da inconformação com a vida, que anda uma merda (pois tudo gira em torno dos estudos), que faz com que cruzemos com esses geeks-moderninhos-vintage-ocaralho e doe parte do seu tempo com eles. A esperança já foi embora mesmo.

Perco festas ótimas e finais de semana, por conta disso.
Eu que não quero mais saber de quem curte "bandinhas legais, é "alternativo".
O Rock n' Roll tá morto por conta deles, que vem com seu indie mal comido. E quem achava que era pelos pagodeiros e Justin Biebers, se enganaram. Eles não tem nada a ver com isso.
Daqui pra frente, só quero uma pessoa que possa chamar de amigo, que seja legal comigo. De nerd retardado, já chega.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Primeira reclamação

Não escrevo bem e nem sou digna de um livro como o Prozac Nation, mas mesmo assim, vou tentar.
Acabei de fazer 23 anos, mas parei nos 19. Tenho uma imaginação limitada, daquelas que põe culpa até na pequena janela do blog - a qual escrevo nesse instante - pra culpar a minha privação intelectual. Culpo os homens, os quais só fuderam comigo. De corpo e alma. E culpo o maldito ensino superior, por me obrigar a escolher um curso: Administração, era chato; Jornalismo, sinônimo de desemprego. Fisioterapia? Nem quero dar aula de pilates, e muito menos fazer massagem. Vambora regredir então, e ir pro curso pré-vestibular, onde os pirralhos são prodígios e a vida promete, na sonhada cidade grande.
UMA. GRANDE. MENTIRA. No segundo ano (e contando...), ainda não passei. Mas passei a ter dor de cabeça, e uma aversão a minha vida, que parece, a cada dia pior. Solidão é bobagem, quando é praticamente impossível se fazer uma amizade, num lugar onde a grande maioria está reunida em panelinhas e arrogância coletiva. Pobre classe média: almejando melhores roupas, e melhores cursos pra parecerem melhores que os outros, e assim poder pisar ainda mais neles, como se a prepotência não estivesse ali. E infelizmente, eu sou um deles.
Ao fazer um ano de Fisioterapia, me deparei com uma matéria que me pareceu tão reconfortante, que me fez mudar completamente: a biologia. É, eu sou assim: gosto de algo e vou atrás, desesperada, como se a saída para tudo e o achado pra felicidade estivesse ali. 20 anos e contando...
Resolvo fazer Medicina. Então, no ano seguinte me mudo. Saio de uma cidade horrível, onde a fofoca e o atraso são levados a sério. Saio de um lugar onde ser estuprador é comum. Quem gosta de roça, levanta a mão.
Saí daquela merda com muitas esperanças. "Agora a minha vida vai mudar.", "Vou conhecer pessoas maravilhosas", dentre outros pensamentos, não saíam da minha cabeça. Mas aqui estou eu, de novo, achando tudo uma merda e com a vida estagnada.
23 anos, e contando...